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ADMINISTRAÇÃO - Você é um líder?


Ainda bem que na Era do Conhecimento, Poder e Liderança caminham em direção opostas; quanto mais Poder menos Liderança.

O que precisamos fazer para tornarmos um líder?

Que qualidades e atributos devemos ter para sermos um líder?

Talvez a primeira pergunta que devemos fazer a nós mesmo é: O que devo mudar em mim, para que eu possa mudar o outro?

Liderança talvez seja a qualidade do ser humano mais estudada e mais adjetivada no mundo corporativo. A boa notícia é que, como tantas outras qualidades próprias do ser humano, a liderança sobre certos aspectos, também é inata. Sabemos também que existem vários tipos de lideranças, diferentes entre si mas equivalentes em valor. Cada circunstância exige um tipo de liderança.
Durante os meus cursos em empresas, costumo perguntar aos participantes o que é Liderança e quais são os atributos de um Líder. A idéia principal é que o próprio grupo chegue a um consenso quanto a definição de Liderança e as qualidades pertinentes a ela. Num deles, conseguimos listar mais de vinte atributos:

Persistente
Honesto
Verdadeiro
Assertivo
Ter boa apresentação pessoal
Rígido
Ter voz ativa
Compreensível
Bem informado
Comunicativo
Inteligente
Culto
Saber comandar
Enérgico
Sério
Pontual
Conhecedor do assunto
Erudito
Saber ouvir
Falar com clareza
Ser bem informado
Ser autêntico
Estar sempre bem humorado
Estar sempre atento ou ligado
Ser humilde

Todas as vezes que faço esse exercício, a lista é diferente. algumas qualidades se repetem em quase todas as listas. Nunca cheguei a fazer uma estatística sobre quais qualidades aparecem com mais freqüência, por acreditar que a Liderança não é uma qualidade estanque e imutável. Todos nós somos líderes de alguma forma, em determinadas circunstâncias: a mãe é líder quando manda o filho estudar. O filho é líder na escola a medida que atrai seus amiguinhos.
Depois de tanto conversar com várias pessoas sobre esse assunto, a “definição de líder” que melhor explica os diversos tipos de Liderança pesquisados e estudados, (coloco entre aspas porque quero deixar a questão sempre aberta) é : Líder é aquele que tem seguidores. Ter seguidores é ajudar os liderados em suas funções com atenção e carinho. Carinho se dá com o coração, com autenticidade, não com a mente ou com manuais de treinamento. Ser líder está muito mais ligado à alma; pouco tem a ver com inteligência, intelectualidade ou conhecimento; ser líder é perceber que o coração é mais inteligente do que o cérebro.

Temos certa dificuldade em aceitar essa idéia, até porque, não fomos “treinados” para isso. Passamos a vida toda tentando atribuir valores e quantificar tudo e todos. No mundo corporativo tem-se um certo preconceito em falar sobre coração, ou admitir que o coração possa ser mais inteligente que o cérebro; provavelmente nunca encontraremos a palavra coração nos livros e cursos sobre gestão. A verdade é que o coração está mais diretamente ligado a autenticidade; ele não tem preconceitos ou idéias pré-concebidas, ela não é influenciado por fatores externos. O coração nos “diz” o que sentimos verdadeiramente e como nos relacionamos perante as circunstâncias. O cérebro nos “diz” de que forma devemos agir segundo o nosso “conhecimento”, nossas crenças e valores; por essa razão acredito que o coração é mais autêntico, mais verdadeiro. Nesse sentido, ele é mais inteligente que o cérebro.

Ser Líder é ter seguidores

Lembro de uma passagem na vida real corporativa que explica um pouco essa definição.

Caso real 1

Quando eu trabalhava numa multinacional com sedes em São Paulo e Rio de Janeiro, reportava-me a dois presidentes; de São Paulo e do Rio. Meu departamento ficava em São Paulo mas passava boa parte do meu tempo participando de reuniões com o pessoal do Rio de Janeiro. Numa dessas reuniões, marcada para a primeira hora da manhã, onde presidente, diretores e gerentes discutiriam planos e objetivos, aconteceu algo interessante: o presidente tinha o hábito de jogar todas as manhãs, uma partida de squash antes de iniciar seu trabalho. Justamente naquela manhã, após o squash, o presidente chegou ao escritório ainda com roupas esportivas, tomou um banho no banheiro reservado para a Presidência, colocou terno e gravata e tênis; pois havia esquecidos os sapatos no clube de squash. Participou da reunião normalmente e nenhum comentário foi ouvido naquela manhã sobre o incidente do tênis. No dia seguinte, nova reunião dando continuidade aos trabalhos de planejamento. Qual não foi minha surpresa ao notar que três gerentes ou diretores, não me lembro exatamente quais, participavam da reunião vestindo ternos, gravatas e tênis. Confesso que achei no mínimo estranho naquele dia; hoje entendo que foi um caso típico de um Líder que tem seguidores.




Caso real 2
Esse caso extraí de um artigo da revista Exame, de autoria de Max Gehringer, um verdadeiro Líder que tive o prazer de conhecer e trabalhar com ele; autêntico e simples! Lembro-me que quando trabalhávamos na mesma empresa só o vi vestido de terno e gravata quando tínhamos reuniões com banqueiros. Max costumava perguntar: “Foster, como estou?”. Inutilmente, eu procurava ser delicado e educado, dizendo que ele estava ótimo, mas na verdade, parecia um soldado romano na praia de Maresias tentando praticar surf.
Max, com seus hábitos diurnos, era um dos primeiros a chegar na fábrica, sempre sorrindo, com naturalidade. Andava pelo escritório de baia em baia cumprimentando todos funcionários, também com muita naturalidade, sem frases pré-concebidas, sem perguntas padrões encontradas em manuais de treinamento, apenas naturalmente, como uma pessoa educada e simples. Todos os funcionários sem exceção, percebiam a naturalidade, a simplicidade e o respeito de Max para com todos. Não foi por acaso que essa empresa de uma situação de falência técnica, herança de uma administração que tinha uma estranha combinação de rock com tango, em pouco mais de um ano com Max à frente da empresa, reergueu-se ao ponto de ficar operacionalmente perfeita e ser vendida na condição de empresa falida, a preço de mercado.

Reportagem da revista Exame de 4/4/2004, edição 810, por Max Gehringer:
A força da Hierarquia

Por trás da porta da sala da presidência

“Tenho ótimas lembranças de minha época de prezado colaborador, lá no comecinho de minha carreira. Meu gerente não cansava de repetir que eu era um incompetente, tanto que não me deixava decidir nada. Tudo tinha que passar pela sua aprovação prévia, e todos os problemas tinham de ser levados a seu conhecimento. Eu sempre tinha uma ou outra sugestão de como o problema podia ser resolvido, mas meu gerente, que era dado a rasgos filosóficos, sabiamente me alertava que, em terreno onde gavião voa baixo, pardal esperto não pia.
E é aí que começam minhas boas lembranças. Porque, como eu não tinha problemas para resolver, podia usar meu tempo para outras atividades pertinentes, como cochilar no banheiro, dar uma adiantada nos trabalhos da escola quando o gerente não estava olhando ou ficar batendo longos papos com os colegas quando ele se ausentava. Mas essa fase durou pouco, porque logo percebi que, para subir na escala profissional, eu teria de encontrar um jeito de participar mais ativamente das discussões sobre os grandes temas da empresa.
Comecei por prestar atenção no funcionamento da hierarquia. E percebi que meu gerente, toda vez que deparava com um problema, ia falar com o diretor. E o diretor, assim que o gerente saía da sala, imediatamente se levantava e ia conversar com o presidente. Meia hora depois, o diretor voltava com uma decisão, que era comunicada ao gerente e imediatamente repassada a nós, os prezados, para que as providências práticas fossem tomadas. É verdade que as soluções trazidas pelo gerente não eram lá muito diferentes das sugestões que nós, os prezados, teríamos dado se ele tivesse nos escutado no momento que levamos o problema para ele. Mas nós, pardalmente não piávamos. E ficamos ali, olhando encantados para a porta da sala presidencial e imaginando as intricadas e fantásticas decisões que eram tomadas lá dentro.
Esse aprendizado básico me seria vital anos depois, quando, casualmente, eu me tornei presidente de empresa. E meu modus operandi pode ser resumido numa cerimônia que se repetia todos os dias, logo pela manhã. Eu chegava às sete e meia, ia para minha sala, deixava a porta aberta e me sentava à mesa. E ficava ali, só encarando a porta. E então, inevitavelmente, surgia nela o diretor de vendas:
- Chefe, temos um tremendo pepino!
Diretores de venda sempre têm um pepino fresco. Como venda é a única fonte de receita de uma empresa, os diretores de vendas desenvolveram aquele senso de urgência quase apoplético. Eu então convidava o esbaforido diretor de vendas a sentar e pedia gentilmente a dona Maria José que nos providenciasse dois cafezinhos. E eu ouvia a exaltada descrição do pepino daquela manhã: o RH não está recursando como devia. E a queixa invariavelmente terminava com a mais tradicional – e mais eficiente – ameaça da área comercial:
- Não vamos cumprir o plano!
Acuado ante tal possibilidade, eu solicitava a presença do diretor de RH. Que, invariavelmente, 1) estava no meio de uma ligação urgente e 2) queria saber qual era o assunto, para se prepara adequadamente. Mas, devidamente ameaçado de morte, ele se dispunha a vir de imediato. E eu pedia a dona Maria José mais três cafezinhos, enquanto o diretor de vendas, em seu tom de voz normal – tecnicamente chamado de “altos brados” -, enunciava novamente o pepino. E o diretor de RH, ia fazendo suas ponderações. Não eram necessários mais que alguns minutos para ambos concordarem onde estava a raiz do pepineiro: em compras.
Compras é uma dessas áreas que, quando não é culpada, é culpável. E então o diretor de compras era convocado para se juntar a nós e se explicar. E chegava, como sempre, trazendo uma pilha de pastas repletas de solicitações de compras preenchidas de maneira incorreta pelos usuários. Enquanto diligentemente dona Maria José providenciava a quarta rodada de cafezinhos, o pau comia solto entre os diretores. Até que, ao perceber que seria massacrado, o diretor de compras dizia aquela frase de arrepiar, que só perde para “Não vamos cumprir o plano” em termos de dramaticidade corporativa:
- Deu pau no sistema!
A chegada do diretor de sistemas requeria a adoção de uma medida indispensável: íamos todos para a sala de reuniões, porque na minha sala só havia quatro cadeiras. E a discussão recomeçava. Por ser a única área da empresa capaz de raciocinar em bytes, sistemas oferecia explicações tão pertinentes quanto incompreensíveis para qualquer pessoa que não tivesse feito estágio em Urano, usando expressões como “reconfiguração de interface”. Mas eu não havia me tornado presidente por acaso, e sabia exatamente o que todos esperavam de mim naquele instante: mais cinco cafezinhos. A essa altura, o pepino já estava voando solto pela sala, com todos falando ao mesmo tempo, até que, de repente, o diretor de sistemas pronunciava a frase mágica, ansiosamente aguardada por todos nós:
- Um reboot resolve.
E os quatro diretores saíam da sala e convocavam seus gerentes para lhes repassar a decisão tomada. Mas, antes disso, de acordo com dona Maria José, todos elogiavam a maneira eficaz como eu havia conduzido a reunião. Que, em resumo, tinha a seguinte estratégia: 1) deixar a porta aberta, 2) pedir cafezinhos e 3) ouvir. Essa é a sina do presidente da empresa: ele precisa se segurar para não dar palpite. Porque, quando um tema descamba para os mínimos detalhes, via de regra ele é o que menos entende. Resta então ao presidente assumir suas duas maiores responsabilidades: pensar no longo prazo e inspirar pessoas. Quanto menos ele interferir na operação, mais será apreciado. Porém, o mais importante de tudo é que ele sempre está tranqüilo, porque sabe que, lá na outra ponta, os prezados colaboradores farão a coisa funcionar a contento, enquanto ficam olhando encantados para a porta da sala presidencial e imaginando as intricadas e fantásticas decisões que são tomadas lá dentro.

Que tipo de liderança?


Podemos estudar a liderança sobre diversos aspectos. Uma das possibilidades é estudá-la à luz da Antroposofia no âmbito dos temperamentos, presentes em todos os seres humanos. Escolhi apresentar minhas considerações sobre liderança pelo lado dos temperamentos porque estes estudos estão isentos de quaisquer influências do mundo corporativo atual, haja visto que Rudolf Steiner estudou-os no início do século XX, pouco depois do ano de 1.900 e, até hoje, estudos mais modernos como PNL e Human Dynamics chegam a conclusões semelhantes a cerca de certas qualidades do ser humano, que afetam a qualidade de liderança de cada um.

O que é ser um Líder? Liderança é inata? Como se forma um líder, se é que pode ser formado? Como se sabe quando uma pessoa é Líder? Liderança tem a ver com estilos gerenciais?

Liderança é uma das qualidades humanas mais estudadas e mais adjetivadas: situacional, ética, transacional, entre outras. Cada uma com um enfoque específico, que não se contesta mas sim enriquece os estudos anteriores. Liderança poder ser aprendida e usada conforme cada situação.

Temperamentos

Podemos abordar a liderança pelo enfoque dos temperamentos, onde atuam a propensão de uma pessoa, maior ou menor, de pensar, sentir e querer. Em qualquer organismo vivo atuam as forças físicas, vitais, astrais e espirituais. Até os 7 anos de idade essas forças atuam principalmente na formação do corpo físico. Os temperamentos se consolidam entre os 7 e os 14 anos, manifestando-se através do corpo astral ou vital.

Todo ser humano possue cada um dos quatro temperamentos: sanguíneo, colérico, melancólico e fleumático. Sempre um temperamento atua mais intensamente que os demais e pode determinar uma característica individual. Os quatros temperamentos são os resultados das misturas entre os quatro elementos dentro do indivíduo: terra, água, fogo e ar.
A intensidade dos temperamentos bem como a interação entre estes atua diferentemente sobre cada indivíduo. Essa interação muda conforme a experiência biográfica individual, as fases evolutivas da vida e a missão de vida de cada indivíduo.
Certo temperamento, que é predominante em uma determinada fase da vida, pode mudar, à medida que o indivíduo amadurece e evolui dependendo da sua experiência biográfica e fase da vida em que se encontra.
A interação dos quatro temperamentos e suas respectivas intensidades, uns mais atuantes que outros, determina a qualidade de liderança em cada indivíduo que, como vimos, não é algo fixo, pode mudar com o tempo e também por iniciativa do próprio indivíduo, desenvolvendo dentro de si as qualidades que desejar. O ambiente cultural no qual o indivíduo foi criado exerce influência nos temperamentos. No ocidente há uma maior incidência de certos temperamentos como o sangüíneo e o colérico.
A qualidade de liderança pode mudar de uma situação para outra, de forma diferente em cada indivíduo. Cada temperamento tem suas características e qualidades próprias. Nenhum temperamento é melhor ou pior que o outro; apenas são diferentes. Cada indivíduo poderá mudar a qualidade do seu temperamento conforme a sua vontade e conforme a situação de momento.
Se pudéssemos escolher todos os atributos que um líder deve ter, provavelmente construiremos um super homem.
Os líderes, ou não tem todas as qualidades a eles atribuídas ou estas não se manifestam ao mesmo tempo.
O mesmo ocorre com os temperamentos, com as forças planetárias e zodiacais. Para diferentes situações, são necessárias diferentes qualidades de liderança. Essas qualidades podem ser desenvolvidas inclusive com exercícios e jogos.
Grosso modo, podemos dizer que há duas grandes qualidades que constroem os temperamentos: energia e excitabilidade. Energia ou persistência ou força de temperamento - tem o sentido de: força para viver ou suportar. Excitabilidade – tem o sentido de reação, velocidade em apreender uma situação ou impressão, e em fazer uso dela. Todos os quatro temperamentos apresentam essas duas qualidades combinadas em intensidades diferentes, resultando em qualidades diferentes para cada um dos quatro temperamentos.
Pode-se ver em uma pessoa, seu temperamento através do estudo das diferentes formas físicas, principalmente do rosto, olhos, nariz, queixo, bochechas e expressões faciais. O temperamento está impregnado no corpo astral (psique), com manifestações no corpo físico.


Ricardo Foster
skipperfoster@gmail.com

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